Existe uma carcaterística interessante em praticamente todas as marcas (nacionais e internacionais) quando a questão é trabalhar com estampas na hora de produzir as vitrines. É muito comum encontrarmos a mesma estampa em duas ou mais peças de roupas (e até em acessórios) em mais de um manequim na mesma vitrine. Isso ajuda a divulgar o mood da coleção durante os meses nos quais ela estará disponível na loja, além da cartela de cores.
Além de ajudar a construir na mente do consumidor uma determinada imagem ou transmitir uma mensagem, a repetição de estampas também influencia nas vendas, pois uma peça estampada ajuda a vender as demais com a mesma padronagem. Esse processo é ótimo para o trabalho de visual merchandising no interior da loja, afinal, quando uma estampa faz muito sucesso e não são feitas muitas peças com a mesma padronagem, não restam as famosas peças estampadas “pingadas” (peças que “sobram” nas araras, geralmente únicas) que causam grande dor de cabeça aos merchandisers na hora de criar um ambiente visualmente agradável no interior da loja (isso sem falar no risco que a peça estampada “pingada” corre, quando única, de transmitir aos clientes a sensação de “sobra”, “final de coleção”, entre outras conotações negativas).
É claro que trabalhar com produtos estampados envolve responsabilidade e esforço da equipe de merchandising visual e marketing (que irá gerenciar a distribuição dos produtos e, possivelmente, a concentração de peças com a mesma estampa numa determinada loja, evitando o fenômeno das “peças pingadas” e transferências custosas à empresa). Além disso, peças estampadas são normalmente mais caras e difíceis de vender, principalmente em tempos de crise, pois o consumidor acaba apostando em roupas mais básicas que podem ser “reinventadas” diariamente, com a ajuda de acessórios e combinações, o que é um pouco mais complicado com se trabalha com estampas. Ou seja, peças estampadas merecem uma atenção toda especial!

O camuflado da Prada nas roupas, acessórios, manequins e painéis
Aparentemente trabalhar com estampa não é problema para uma marca como Prada. Olhem só a vitrine acima, que apresenta não apenas roupas e acessórios camuflados, bem como manequins e painéis de fundo com a mesma padronagem. O mais interessante é que a marca brincou com a idéia de auto-referência: a estampa trabalhada é uma camuflagem e os manequins e acessórios aparecem nesta mesma padronagem o que resultou numa fusão de todos os elementos com o ambiente, como se não ouvesse começo ou fim. Realmente chama atenção dos consumidores e curiosos que passam pelo exterior da loja e param por alguns minutos tentando identificar o que está exposto na vitrine.

O detalhe menos camuflado é o pequeno cachorrinho (?) que aparece à esquerda, próximo a um dos manequins
Até mesmo a vitrine com peças voltadas ao público masculino seguiram o conceito da “dupla camuflagem” (estampa camuflada e camuflar o manequim e os acessórios na vitrine).

Quase não dá para ver a camisa social que o manequim está usando, não é?
Depois de ver as fotos dessas vitrines camufladas, só nos resta uma questão: o que será que Prada quer nos dizer? Que devemos nos misturar mais ao ambiente que nos cerca? Apesar da estampa chamativa, será que essa espécie de camuflagem sugere um retorno ao “minimalismo” (não se trata aqui de um visual clean, mas de uma atitude mais simples perante a vida, menos subjetiva e mais coletiva), talvez deixando um pouco de lado o foco no “eu” e sua promoção constante e pensando num envolvimento maior com o que está ao seu redor? Hum, deliramos?O que vocês acham? Aguardaremos os emails e comentários!
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Trabalho com Palestras temáticas e de auto estima também.
O post é bom , reforçando a nossa idéia de que a arte de produzir uma vitrina deve seguir sempre a cabeça de quem a produz.
Não sendo assim a padronização cresce e assusta a todos nós.
Parabéns aos criadores de novas tendencias no Mercado.
Vitrina bonita é aquela que a cada mes está completamente diferente da do mes anterior, mesmo que estejamos na mesma coleção, preferencialmente, com muita luz. cores e movimentação ambiental, o que não estamos vendo, alvo na vitrine viva que está retornando em dose alta.
YAGO – JOCELYN